O panorama sobre o cenário econômico no Brasil e as perspectivas para 2019 com base na pesquisa RICS de Propriedades Comerciais no Brasil
Ainda que em 2018 não tenha ocorrido a aceleração do crescimento do PIB que muitos esperavam no início do ano, há motivos para se ter esperanças de uma retomada mais significativa da dinâmica econômica em 2019. De início, os fatores temporários foram, em grande parte, culpados por atrasar a recuperação econômica do Brasil no ano ado. A greve dos caminhoneiros paralisou o país por duas semanas. A incerteza relacionada às eleições, que perdurou até outubro, causou volatilidade cambial e fez os mercados de ações oscilarem, levando à retração das condições financeiras. Mas esses eventos estão, agora, para trás. A inflação diminuiu nos últimos tempos e os mercados financeiros estão reagindo favoravelmente ao resultado das eleições. Como resultado, as medidas de confiança do consumidor começaram a melhorar de maneira acentuada. Além disso, o Comitê de Política Monetária do Banco Central espera que a inflação permaneça um pouco abaixo da meta ao longo de 2019, o que permitiria que as taxas de juros fossem mantidas suspensas nos baixos recordes atuais.
Tudo isso deve abrir caminho para uma recuperação contínua no mercado imobiliário comercial em 2019. Comentários recentes no Monitor de Propriedade Comercial da RICS Brasil exibem uma guinada de sentimento em uma direção mais favorável. De fato, em todo o país, 76% dos participantes da pesquisa sentem que o mercado entrou nos estágios iniciais de uma fase de expansão, em comparação com cerca de 50% há seis meses. Além disso, a demanda de empresas que procuram ocupar espaço supostamente aumentou desde 2012 e está em ritmo mais acentuado durante o último trimestre de 2018. É certo que isso está acontecendo depois de uma recessão profunda e demorada, durante a qual as taxas de desocupação aumentaram abruptamente e ainda permanecem elevadas, porém, a ligeira queda nos últimos 12 meses é um avanço positivo.
O progresso talvez tenha sido mais visível no setor empresarial, no qual o crescimento na demanda de locatários tem se antecipado de forma consistente às mudanças na oferta, reduzindo gradualmente a disponibilidade nos últimos trimestres. Enquanto isso, as tendências têm sido um pouco mais variáveis nas porções industriais e de varejo do mercado, com os resultados do quarto trimestre apontando para uma recuperação marginal nas taxas de desocupação. No entanto, a demanda de ocupantes está, pelo menos, exibindo sinais de recuperação em cada setor. Por trás disso, os entrevistados da pesquisa RICS agora têm mais confiança de que os aluguéis aumentarão mais neste curto prazo do que em qualquer outra ocasião nos últimos seis anos.
A perspectiva mais positiva no que se refere a locações deve dar ainda mais e ao apetite dos investidores por imóveis comerciais no Brasil, que já começou a exibir sinais de melhora. Durante os estágios finais de 2018, as consultas de investidores nacionais e internacionais aumentaram visivelmente em todos os setores, com previsão de gerar apreciação do valor do capital no futuro. Embora haja uma perspectiva de que as principais empresas publiquem os maiores ganhos de preços, as expectativas são positivas em todas as áreas do mercado. Depois dos próximos 12 meses, os contribuintes da RICS têm forte opinião de que o crescimento do valor do capital ganhará um impulso adicional nas posições principais e secundárias.
Considerando-se todos os aspectos, parece que 2019 pode ser o ano no qual o mercado imobiliário brasileiro embarcará em uma recuperação significativa após vários contratempos. Para participar da Pesquisa RICS de Propriedades Comerciais, e o link bit.ly/RICS_pesquisa.
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