Com o fechamento dos dados do 4º trimestre, a cidade de São Paulo apresenta o 3º trimestre seguido de retração na ocupação de escritórios de alto padrão.
O impacto trazido pela crise da saúde ao mercado de escritórios classe A em São Paulo e no Rio de Janeiro, os maiores centros comerciais do Brasil, já podem ser observados com mais clareza a partir dos dados coletados pela Buildings neste 4º trimestre.
Mercado classe A em São Paulo
Os dados do fechamento do 4º trimestre de 2020 mostram um novo registro negativo na absorção líquida. Esse índice determina o quanto o mercado cresceu ou diminuiu em metros quadrados ocupados.
Olhando apenas para o universo de escritórios de alto padrão (Classe A, AA e AAA) em SP, a absorção líquida negativa foi de -18.143 mil m². Tanto no 2º como no 3º trimestre a capital paulista já registrava uma diminuição na quantidade de espaços ocupados nesse universo. No 2º trimestre a retração foi de -15.174 m² e no 3º de -67.599 m².
À exceção do 1º trimestre de 2020, positivo em 51.360 mil m², e ainda fora da instauração da pandemia responsável em grande parte por obrigar empresas a devolverem ou reduzirem seus espaços, os trimestres seguintes registraram retração do mercado.
Se olharmos a série histórica, de 2005 até 2020, tivemos pouquíssimos trimestres com absorção líquida negativa e nunca tivemos três trimestres recorrentes de absorção líquida negativa.
Sobre a quantidade de edifícios, do 3º para o 4º trimestre tivemos o acréscimo de dois empreendimentos na cidade, totalizando 247.
Falando sobre o estoque disponível, houve uma crescente: saímos de 655 mil m² para 695 mil m². Esse estoque está relacionado à devolução de escritórios e também aos novos empreendimentos que surgiram.
Como já era previsto, a taxa de vacância teve um leve aumento: de 16,12% para 17,14%. Mas vale destacar que trabalhávamos com uma hipótese de aproximadamente 20% de taxa de vacância. Esse resultado é melhor do que esperávamos.
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Mercado classe A no Rio de Janeiro
Na cidade carioca são 127 edifícios de alto padrão, com estoque total de 1,8 milhão de m².
O estoque ocupado diminuiu de 1.081 milhões de m² para 1.061 milhões de m².
A absorção líquida foi negativa em 19 mil m² do terceiro para o quarto trimestre. No terceiro ela estava positiva em 6.178 mil m².
A atividade construtiva na cidade se manteve a mesma, fato que acaba sendo positivo para não alavancar a taxa de vacância.
Esta teve um leve aumento, de 38,89% no 3T para 39,98% no 4T.
Mercado de escritórios em 2021, números atualizados e perspectivas: uma análise detalhada
Muito bom o artigo, parabéns pelo trabalho! Seria bem interessante um comparativo da taxa de vacância de 2020 com as dos últimos 10 anos para se ter uma ideia melhor do impacto da crise da pandemia.
Agradecemos pelo retorno sobre o nosso trabalho. Vamos anotar aqui a sua sugestão. Tenha uma boa semana! 🙂