Estudo do Núcleo de Real Estate da NRE-Poli usa dados da Buildings em suas análises.
Nos últimos anos, o mercado de edifícios de escritórios para locação ou por grandes desafios advindos do período pandêmico. Além disso, também colaborou para isso o uso mais disseminado de tecnologias que permitem o trabalho remoto em grupo e de maneira colaborativa.
Com isso, observou-se uma elevação expressiva nas taxas de vacâncias dos escritórios em todas as principais cidades. Estas concentram grandes estoques nos Estados Unidos, na Europa, na Ásia e na América Latina.
As empresas, diante da possibilidade de manter seus funcionários em trabalho remoto, devolveram parte dos imóveis locados e revisaram a forma como utilizavam os demais espaços. Isso permitiu com que funcionários pudessem trabalhar em qualquer estação de trabalho ou ainda em ambientes multiuso.
Diante da busca por flexibilidade e adaptabilidade, espaços de trabalho compartilhado, amplamente conhecidos como coworkings, têm ocupado cada vez mais uma posição relevante no mercado de EEL no mundo.
O conceito se baseia no compartilhamento físico de um escritório com a consequente cobrança de custos de operação e manutenção, e de encargos relacionados entre os usuários, oferecendo-lhes, como principais benefícios, a otimização de recursos, possibilidade de networking e flexibilidade na contratação de espaços a ocupar e amenidades.
Diferente da locação tradicional, o coworking fornece, além do espaço físico, uma prestação de serviços, que atrai em sua concepção, profissionais em busca de alternativas para fugir do isolamento que o trabalho remoto proporciona.
O amadurecimento do mercado aliado ao fortalecimento da cultura de compartilhamento ou a atrair ao longo dos anos empresas mais estruturadas que enxergam na adoção deste modelo oportunidades de reduzir seus custos operacionais, como também de se beneficiar de um ambiente profissional, com ares inovadores para fortalecer suas redes de relacionamento e estimular parcerias.
Leia também:
– Shopping Jardim Sul tem mais 10% vendido para o fundo Canuma Capital por R$ 57,3 milhões
– VBI Real Estate lança nova emissão de cotas do VBI Prime Properties
Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Vila Olímpia são as regiões analisadas
A possibilidade de se obter vantagem competitiva traz um novo olhar para os escritórios e para a forma de atuar e se relacionar com o mundo corporativo.
Para representar a ocupação dos coworkings em São Paulo, definiu-se uma amostra de edifícios classe A+ nas regiões da Paulista, Faria Lima, Pinheiros e Vila Olímpia, totalizando 50 edifícios e 1.087.314 milhões de m² de área privativa locável. Por meio da plataforma de dados da Buildings, o CRE Tool, foi possível levantar a área ocupada por este segmento na amostra selecionada.
Do total dos edifícios, 9 possuem empresas de coworking como inquilina, o que representa 18% dos edifícios mapeados. A área total ocupada por coworkings corresponde a 35.518 m², o que equivale a 3,27% da área total da amostra.
Apesar da representatividade baixa, existe um potencial de crescimento evidente com a consolidação do segmento.
A taxa de vacância apurada para a amostra foi de 21,82%, sendo que as regiões de Pinheiros, Paulista e Vila Olímpia apresentam taxas de vacância para esta classe de ativos significativamente alta – 28,96%, 30,54%, 52,83%, respectivamente. Este resultado pode ser justificado pela mudança de perfil de ocupação pós-pandemia, que tem atraído empresas para lajes menores (boutiques) na retomada.
Interessante observar que a taxa de vacância na amostra de edifícios que possuem coworking é significativamente menor – 3,71%, o que mostra a relevância de se aprofundar em estudo específicos, com o objetivo de analisar a atratividade do empreendimento para as empresas ocupantes quando se trata de um edifício com uma estrutura de coworking existente.
Para conferir todo o estudo, baixe aqui.
Deixe uma resposta