Apresentamos abaixo as principais e mais recentes notícias do mercado imobiliário corporativo nesta segunda semana de janeiro, além de artigos com temas relacionados.
O que 2021 reserva para o mercado de logística de última milha?
Após um ano de muitas mudanças e incertezas, 2021 chega com mais perguntas do que respostas. A economia deve melhorar. Os principais institutos e analistas vêm apontando que o mundo terá uma retomada no crescimento em 2021, após uma recessão global. No entanto, mesmo com um cenário conturbado, alguns setores da economia tiveram amplo crescimento no último ano. É o caso, por exemplo, do e-commerce, um dos protagonistas de 2020.
Segundo dados do relatório Webshoppers, da Ebit|Nielsen, o faturamento do e-commerce cresceu 47% no primeiro semestre de 2020.
Essa foi a maior alta do setor em 20 anos, impulsionado pelo salto de 39% no número de pedidos, para 90,8 milhões, na comparação com o primeiro semestre de 2019. Já as vendas subiram 47%, para R$ 38,8 bilhões no mesmo período analisado.
Com o crescimento das vendas online, a necessidade de entregar os mais diferentes tipos de produtos também cresceu. E um dos principais desafios no processo logístico é o que chamamos de entrega de última milha, ou last mile – ou seja, o trajeto final entre os centros de distribuição ou das lojas de uma empresa até o endereço de entrega do cliente.
Essa fase é uma das mais importantes no comércio online, ainda mais em um país de dimensões continentais como o Brasil, pois os reflexos de qualquer problema nesta etapa atingem diretamente o consumidor, o que pode gerar insatisfação e perda de confiança na marca.
Antes da pandemia, o Brasil já estava atingindo 200% do que era previsto de crescimento nesse setor, e os investimentos em logística last mile têm se mostrado cada vez mais importantes para o sucesso das entregas. Por isso, as perspectivas para esse setor em 2021 são positivas.
Além dos prazos de entrega, que ficaram cada vez mais acelerados com a pandemia, os empreendedores estão cada vez mais atentos com o custo do delivery. Por isso, a procura de pequenos e médios negócios por players especializados em logística last mile é cada vez maior, para também reduzir custos.
Com a redução de custos e melhoria na qualidade de serviço, o mercado tende a receber cada vez mais soluções inovadoras e disruptivas, não apenas em relação ao produto final, mas também em toda a cadeia logística, desde a gestão de estoques, até a chegada do produto para o consumidor.
Home office na pandemia: pesquisa com brasileiras revela a vida como ela é, sem rodeios
A colunista do Uol, Cristiane Segatto, colheu o depoimento de várias profissionais brasileiras que, nos últimos meses, precisaram se adaptar, sem direito a escolha, ao home office exigido pela pandemia. Todas as entrevistadas, com diferentes arranjos familiares, relataram sobrecarga de trabalho devido à soma de exigências profissionais e demandas com os filhos e com a casa.
Algumas relataram que não conseguem se dedicar ao trabalho e dar atenção adequada aos filhos como precisariam, e isso, claro, gera certas frustrações.
Para Fernanda, de 45 anos, matemática, solteira, com filhos gêmeos de 3 anos, o sentimento é de alerta.
“Eu me sinto mal por isso, porque eu não estou participando de nada; ao mesmo tempo tenho a compreensão da equipe. De qualquer forma, os gêmeos ficam aqui pendurados atrás de mim”.
A experiência de Fátima, de 42 anos, advogada, casada, mãe de um filho de 1 ano e outro de 10 anos, é uma sensação de cansaço, com esta rotina de pandemia e trabalho em casa.
“Houve vezes que quando peguei ele no berço, o bebê estava com a fralda suja porque fiquei tão focada no trabalho e o tempo ou rápido demais. Eu tenho vontade de chorar quando isso acontece. Tinha dias de fazer a faxina chorando, sozinha, e meu marido deitado na cama vendo televisão”.
Para Larissa, de 42 anos, pedagoga, casada, com filhos de 4 e 11 anos, conciliar as duas jornadas, trabalho e casa, é bem difícil.
“Além das tarefas domésticas, tenho que ficar o tempo todo de olho nos deveres do filho. Antes, eu só acompanhava, então era mais fácil; agora não, tenho que assistir o vídeo com ele, acompanhar nos trabalhos, rever o vídeo, ajudá-lo a entender a tarefa”.
Conforme alguns desses relatos, a transição abrupta e forçada para o home office tem sido bem difícil para algumas mulheres em razão das sobrecargas de trabalho e do confinamento social.
Enel vai mudar sede de Alphaville para a Marginal Pinheiros
A Enel Distribuição São Paulo está de mudança. A sede da companhia sairá de Alphaville, bairro nobre de Barueri (SP), para o Parque da Cidade, complexo multiuso que reúne prédios corporativos, shopping, hotel e residências na Marginal Pinheiros, zona sul de São Paulo.
A empresa ocupará um terço dos andares do Edifício Aroeira, imóvel de classe AAA pertencente à BR Properties dentro do empreendimento. A mudança ainda não tem data confirmada por causa da pandemia. Neste momento, os funcionários de escritório da Enel permanecem em home office.
O contrato de pré-locação abrange aproximadamente 14 mil metros quadrados dos 45,6 mil totais do prédio. O aluguel ficou em torno dos R$ 100 por metro quadrado, ou R$ 1,4 milhão por mês. Procuradas, Enel e BR Properties não comentam.
A mudança marca o retorno da sede da distribuidora de energia à capital paulista. Em 2012, sob o controle da antiga dona, a norte-americana AES, a companhia deixou a Vila Olímpia, reduto das empresas de energia na cidade de São Paulo, em direção a Barueri, com a intenção também de unificar operações que ficaram em mais de um endereço da cidade.
Fundos imobiliários sofrem com pandemia, mas há boas opções para 2021
Os fundos imobiliários, em sua vasta maioria, não têm tido uma vida muito fácil nos últimos meses. Quando, no início de 2020, a coisa parecia engrenar, veio a pandemia e prendeu as pessoas em casa.
Entre os produtos mais afetados pela crise estão os de shoppings centers e de lajes corporativas. E não é muito difícil entender o porquê. Foram diretamente prejudicados pelas medidas de isolamento social, que fizeram com que grande parte da população ficasse em casa durante boa parte do ano.
Para entender o tamanho do impacto, basta olhar a composição do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX): estes dois setores correspondem, juntos, a 50% do peso do índice, sendo 35% do setor empresarial e outros 15% dos centros de compras.
Com isso, o índice fechou 2020 com mais de 10% de desvalorização e está lateralizado em 2021, sem o fôlego visto na bolsa de valores. Analistas apontam, nessa linha, que é preciso olhar para o longo prazo.
“O início da pandemia deixou um clima de barata-voa no mercado de FIIs, com os investidores só olhando os riscos”, diz Sandra Blanco, estrategista-chefe da Órama Investimentos. “Apesar disso, os fundos conseguiram entregar bons resultados, o que pode trazer o dinheiro de volta em 2021.”
A gestora também entende que as condições continuam boas para o mercado imobiliário, apesar da curva de juros estar pressionada no longo prazo e a inflação dar sinais de que pode avançar.
“Na nossa visão, essa inflação é temporária. Em relação aos juros, se tivéssemos conseguido aproveitar a Selic a 2% sem nenhum tipo de crise, seria o melhor dos dois mundos. Mas se o ‘guidance’ mudar e a taxa subir para 3% ou 3,5%, vai continuar sendo um ótimo ambiente para investir.”
Sandra lembra, por fim, que o mercado de fundos imobiliários no Brasil ainda é pequeno e as necessidades logísticas e de infraestrutura não param de crescer, por isso seguirá existindo demanda no setor.
Depois da disparada do IGP-M em 2020, imobiliárias negociam alternativas para reajuste de aluguéis
A alta da inflação medida pelo IGP-M, índice mais usado para aplicar reajustes dos aluguéis, acendeu uma discussão sobre como deve ser calculada a reposição da inflação dos contratos no país e levou grandes imobiliárias a adotarem alternativas como descontos ou substituição do indexador de correção monetária pelo IPCA.
O IGP-M subiu 23,14% em 2020, contra 4,52% no IPCA. Entre inquilinos, advogados, empresas e até mesmo entidades como o Secovi, há o consenso de que a alta foge da realidade do mercado imobiliário, e que não deveria ser aplicada no atual momento.
Nesse cenário, surgiram até iniciativas de imobiliárias e advogados para que o IGP-M seja abandonado de vez como fator de correção dos contratos.
A disparada do indicador é explicada pela alta correlação dele com o câmbio, mas aliado à crise econômica, ele se tornou um risco para quem busca manter o inquilino no imóvel.
Por enquanto, não houve adesão generalizada, mas o Secovi, sindicato da habitação, reconhece que agora a melhor alternativa é negociar e sugere a adoção de uma mescla de indicadores.
— A recomendação do Secovi às imobiliárias é estimular a negociação para que haja adequação ao preço de mercado. Se a maioria dos índices vai numa direção e o IGP-M tem um pico, é um problema e isso precisa ser entendido (pelos proprietários) — afirma Jaques Bushatsky, diretor da entidade.
Para ele, no entanto, a troca do índice de maneira permanente também traz riscos a ambas as partes.
— É preciso cuidado nessa ideia de aposentar o IGPM porque o índice do ado não diz nada sobre como ele será no futuro, e o indicador já esteve negativo em alguns momentos. É preciso ter cautela e estudar outras iniciativas — afirma.
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